— De carro não tinha como passar. Se chovesse, tinha que levá-lo nas costas. Ele morreu e não viu a obra terminar — conta David.
Apesar de ter durado três anos, apenas 23,25% das obras foram concluídas, segundo o Ministério das Cidades. O valor repassado pela União para que a Prefeitura de Nova Iguaçu realizasse o serviço foi de R$ 975 mil.
Essa não foi a única interrupção da prefeitura. No Centro da cidade, a construção da Vila Olímpica também foi paralisada. No local, além de mato, há apenas uma guarita, uma piscina e uma pequena construção. Para a obra, foi liberado um repasse do Ministério do Esporte no valor de R$ 2 milhões.
Na última sexta-feira, o senador Lindbergh Farias foi notificado pela Caixa Econômica Federal no Diário Oficial da União (DOU). Ele deveria retomar as obras paralisadas ou devolver o dinheiro à União. No entanto, no DOU de terça-feira, o superintendente da Caixa na Baixada Fluminense, Cláudio Martins Ribeiro de Jesus, anulou as notificações, alegando erros de uma funcionária. Um deles foi a afirmação de que o senador se encontrava “em local incerto e não sabido”. A publicação desagradou ao senador:
— Como um senador da república tem o endereço não sabido?— afirmou.
De acordo com o secretário municipal de Nova Iguaçu, José Rogério Namen, as obras no bairro São Francisco de Paula foram paralisadas devido "a uma série de dificuldades orçamentárias", mas não explicou ao EXTRA quais seriam elas.
Quanto à Vila Olímpica, o secretário afirmou que a construção foi paralisada há aproximadamente 2 anos, ainda na gestão do atual senador Lindbergh Farias.
— A empreiteira Dimensional solicitou um reajuste e a administração municipal achou indevida — explica Namen, garantindo que a prefeita Sheila Gama assinou, em abril, um protocolo de intenções com o governador Sérgio Cabral para a conclusão das obras.
Já a assessoria de imprensa do senador Lindbergh Farias informou que o então prefeito iniciou um processo de renegociação com a Dimensional, mas que o debate do preço teria ficado em aberto, quando ele saiu do governo, em março de 2010. As obras seguem paradas, porque a prefeitura não retomou as negociações.
A empresa Dimensional foi procurada, mas não atendeu aos telefonemas. Sobre o protocolo de intenções, a Secretaria estadual de Obras informou que a Caixa está analisando quais contratos o Estado poderá assumir. Já a Caixa informou que não há análise quanto à inclusão do Estado nos contratos.
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